Quanto à flora, encontraremos, entre outras: butiazeiro, gerivá, taquaruçus, salgueiros, cactos (foto ao lado), cinamomos, figueiras, aroeiras, orquídeas, bromélias, macelas, entre outras, além de capões de matos e árvores de grande porte (isolados em campos limpos e abertos) e locais de mata ciliar (ás margens dos rios e arroios).
O Pampa apresenta elevações (Serra do Sudeste) com altitude máxima de 600 metros (Cerro Quitéria, no extremo sul do Município de São Jerônimo), mas a maior parte de sua topografia não ultrapassa 200 metros (no território de Lavras, as altitudes variam de 90 a 450 m acima do nível do mar, aproximidamente). Na região de Livramento e Alegrete, apresenta a Cuesta de Haedo (paisagem associada ao arenito Botucatu, que com a decomposição, apresenta depósitos de areia). Encontramos no Pampa Gaúcho elevações de porte médio, como as Serras de Caçapava, do Canguçu, das Encantadas e das Encantadas, o Cerro do Jarau (Quaraí), o Cerro Palomas (Livramento), a Coxílha do Caverá (São Gabriel e Rosário do Sul) e os morros de Porto Alegre (altitude máxima de 311 metros, no Morro Santana, situado na porção leste dessa cidade), e Itapuã (Viamão).
O Clima é bem definido: verões muito quentes e invernos muito frios. A média anual de volume de chuvas é de 1.100mm a 1.300mm.
Os principais rios são o Jacuí, Camaquã, Ibicuí, grande parte do Rio Uruguai, Quaraí, Jaguarão, Santa Maria, Vacacaí e Piratini. É no Pampa que encontramos a Laguna dos Patos (com mais de 10.000km² de área), a Lagoa Mangueira, a Lagoa Mirim (que banha áreas do Brasil e do Uruguai), além de mais de 60 lagoas costeiras.
A costa gaúcha, reta, plana e com poucas “entradas” e “interrupções” (apenas no Chuí, Cassino, Tramandaí e Torres) tem 622 km de extensão, sendo a maior faixa litorânea contínua do Mundo. Uma curiosidade: parte das terras de Osório tem a mesma característica de relevo (plano, de baixa altitude) e vegetação (campos, gramíneas e plantações) de Uruguaiana; o fato é que estes dois municípios estão distantes 725 km entre si, sendo este um dos motivos para que o Bioma Pampa englobasse regiões gaúchas que são geralemente distintas, a nível geográfico e político.
Embora Porto Alegre faça parte do Bioma, menos de 1% do Pampa é urbanizado, tendo assim um ambiente natural bastante preservado.
Economia
O cultivo do arroz, da soja e a criação de gado (bovino e ovino) são, na atualidade as principais atividades econômicas do Pampa. Histórico centro produtor de charque e de grandes frigoríficos, o Pampa apresenta, nos dias de hoje, dificuldades para a consolidação de indústrias e emprego. Lavras e municípios vizinhos possuiam expolração mineral, hoje esgotada. No entanto, jamais se deve desistir do sonho de uma reviravolta econômica na Metade Sul gaúcha (na qual quase todo o Pampa se encontra). Com garra, luta e vontade política, os Pampas, uma região repleta de potencialidades, com certeza poderá se transformar em mais um grande pólo econômico gaúcho. Economia, claro, sempre associada ao ato de não degradar o ambiente natural, de forma sustentável e racional. Problemas e soluções ambientais O Bioma Pampa começa a merecer grande atenção nos últimos anos, por já estar ameaçado em muitos aspectos ambientais, embora haja aspectos ainda não afetados (como o grande número de aves, conforme já citado neste texto). Um dos grandes enigmas do Pampa é a chamada desertificação ou arenização de áreas da Campanha, em locais de Alegrete, Manoel Viana, Livramento, Santiago, São Vicente do Sul, Cacequi e outros. A “arenização” (cabe aqui esclarecer que o termo “desertificação” é incorreto), embora ocorra de forma natural, foi agravada pela ação humana (registrada, inclusive, por documentos datados de 1816). A erosão natural (proporcionada pelas condições geológicas de algumas das áreas do Pampa) mas, principalmente o ação de degradação de ambiente pelo homem ocasiona o surgimento de vastas áreas de areia, que se assemelham a “desertos” (termo errado, pois os índices de chuva de um deserto são inferiores a 300mm anuais, três vezes menores que os do bioma gaúcho). Alem da arenização, ameaças ambientais como a introdução de monoculturas agrícolas (que, em muitos casos, dão origem a impactos não satisfatórios ao ambiente e à sociedade). Uma solução proposta é a realização de técnicas que possibilitem um desenvolvimento econômico com sustentabilidade. A necessidade de preservação ambiental do Pampa é cada vez mais forte. Embora são muito poucas as unidades de preservação ambiental oficializadas na região, projetam-se fazem-se necessárias a criação de novos locais para a manutenção de um ecossistema peculiar no Brasil. As unidades de conservação e preservação do ambiente mais importantes do Pampa, em 2009, são: o Parque Nacional da Lagoa do Peixe (Mostardas/Tavares), a Reserva Ecológica do Taim (Rio Grande), a Área de Proteção Ambiental Ibirapuitã (Livramento/Alegrete – maior unidade de conservação da natureza do Rio Grande do Sul em área) e o Parque Estadual do Espinilho (em Barra do Quaraí). Microrregião da Campanha Meridional e Região Turística do Pampa Gaúcho A microrregião da Campanha Meridional, que faz parte do Pampa Gaúcho, é uma das microrregiões do estado brasileiro do Rio Grande do Sul pertencente à mesorregião Sudoeste Rio-Grandense. Sua população foi estimada em 2005 pelo IBGE em 179.093 habitantes e está dividida em cinco municípios. Possui uma área total de 14.259,907 km². A Campanha Meridional é composta por cinco municípios: Aceguá, Bagé, Dom Pedrito, Hulha Negra e Lavras do Sul Apresentando altitudes que variam entre 90 e 450 metros, a Campanha Meridional apresenta paisagens que variam entre as colinas suaves, campos planos e limpos e pequenas serras. As sedes municipais de Aceguá, Bagé e Lavras do Sul alcançam cotas acima de 200 metros. Os verões e invernos são bastante rigorosos. A vegetação varia entre campos com pequenas porções de mata a campos planos compostos de gramíneas e lavouras de arroz, em trechos de Dom Pedrito e Bagé. Os principais rios são o Santa Maria, o Camaquã e a nascente do Rio Negro, em Bagé, cujo curso corta o território uruguaio. As principais atividades econômicas da Microrregião são a pecuária (gado de corte), a produção de couro, a produção de cereais e arroz, a fruticultura e o turismo rural.[1] Espanhóis, portugueses, uruguaios, argentinos, negros e europeus de diversas nacionalidades são as principais etnias formadoras da população da Campanha Meridional. É uma região típicamente agropecuária, com origem na criação extensiva do gado e influenciada pela proximidade com os países platinos. Bagé é o município mais populoso, com 126.745 habitantes (estimativa IBGE para 2009). Dom Pedrito é o município mais extenso da Campanha Meridional, com cerca de 5.193 km². Depois, em ordem decrescente de área, estão Bagé, Lavras do Sul, Aceguá e Hulha Negra. Se formos considerar a classificação através dos COREDES (Conselhos Regionais de Desenvolvimento), acrescentam-se na microrregião os municípios de Caçapava do Sul e Candiota.