Distante dos grandes centros urbanos e industriais do Rio Grande do Sul, o município brasileiro de Lavras do Sul, localizado no extremo sul do país, a 320 km via rodoviária (260 km em linha reta) da capital do Estado, Porto Alegre, apresenta peculiaridades em relação a outras regiões gaúchas e uma vasta história de mais de 140 anos (de ocupação das terras locais são mais de 250 anos). Com uma população de 7.157 habitantes (segundo o Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE), Lavras do Sul foi emancipada de Caçapava do Sul em 9 de maio de 1882 (Lei Estadual N° 1.364) e tem uma área total de 2.699,8 km², composta por dois Distritos (Sede e Ibaré). Sua densidade demográfica é de 2,95 habitantes por quilômetro quadrado (hab./km²). Aproximadamente 66% da sua população vive na zona urbana, e 34% reside na zona rural. O natural, gentílico ou habitante é lavrense. É atualmente um dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, além de ser um dos onze municípios integrantes da Região Turística do Pampa Gaúcho e um dos sete municípios integrantes do Conselho Regional de Desenvolvimento da Região da Campanha (Corede Campanha), além de situar-se na faixa de fronteira com o Uruguai, no Bioma Pampa e na Metade Sul Gaúcha. A base econômica de Lavras do Sul é a agropecuária. Município surgido a partir da lavra (extração do ouro, daí uma das origens do nome do Município, e de outros recursos minerais), também foi ponto estratégico para a criação das Missões Jesuíticas do século XVIII e ponto de confluência dos tratados de limites de formação do território do Rio Grande do Sul entre 1740 e 1770. Outras atividades econômicas importantes de Lavras do Sul são o setor terciário e o turismo, crescente a cada ano, com a presença de visitantes de várias regiões gaúchas e até de fora do Estado. Realiza eventos em todas as semanas do ano, dos mais diversos estilos, setores e tamanhos, para todos os públicos, com a justificativa de movimentação da população local. Entre as maiores festas e eventos do município, estão, em ordem cronológica: Escolha da Corte dos Soberanos do Carnaval, Torneio Interblocos, Carnaval, Outono de Ouro (eventos de agronegócio), Universo Pecuária, série de eventos alusivos ao Aniversário de Emancipação Política (maio, como por exemplo, bailes, rodeios, Feira do Livro, Noite Lavrense de Poesia e Seresta e Dia do Desafio, entre outros), Procissão de Santo Antônio – Padroeiro Municipal –, Festas Juninas, Encontro de Bandas da Escola Dr. Claudio Bulcão, Desfile Cívico de 7 de Setembro, Semana Farroupilha, Semana Farroupilha do Ibaré, OuroDança, ExpoLavras, eventos de Natal das Escolas, Natal Ouro e abertura da Temporada de Veraneio da Praia do Paredão. Tradicionalmente localizada pelas pessoas entre Caçapava do Sul e Bagé, Lavras do Sul é conhecida pela hospitalidade para com os visitantes e pelo povo, embora com algumas desavenças – comuns em qualquer lugar –, pacífico e tranquilo. Vamos cuidar da nossa cidade como cuidamos da nossa família, zelando e preservando por seu patrimônio! #VivaLavrasdoSul

GEOGRAFIA: Descrição geográfica do município de Lavras do Sul/RS




Localizado na Microrregião da Campanha Meridional, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Município de Lavras do Sul, emancipado de Caçapava do Sul no dia 09 de maio de 1882 (ou seja, em 2025, completa 143 anos de existência), é o maior do Rio Grande do Sul de pequeno porte e em área (7.157 habitantes em 2022), distribuídos em uma área de 2.601 km²). Está localizado entre Caçapava do Sul (ao norte) e Bagé (ao sul), além de fazer divisa com Dom Pedrito, São Gabriel, Santa Margarida do Sul, Vila Nova do Sul e São Sepé, formando cerca de 400 km de perímetro municipal. No município, mais precisamente na divisa com Dom Pedrito, estão as nascentes formadoras do Rio Camaquã. Possui uma grande riqueza hidrográfica, geológica e mineral, com seus acidentes geográficos sendo objetos de estudos de pesquisadores de vários países.


As paisagens, típicas do Pampa Gaúcho, são peculiares, onde encontramos tabuleiros extensos, morros arrendondados, coxilhas e, nas regiões mais distantes da sede municipal, banhados e planícies. Há a ocorrência de pequenas serras, como a da Mantiqueira e a do Ibaré, resultantes dos dobramentos antigos e da formação do planalto Sul-Rio-grandense.


A vegetação é diversa e variada. Há espécies nativas e de outras regiões espalhadas pelo território lavrense. A fauna é ampla: pelo menos 180 espécies de aves já foram registradas no município, podendo haver bem mais. Além disso, grupos de animais como mamíferos, anfíbios, répteis e insetos apresentam abundância de registros.

 
A hidrografia lavrense tem como símbolo o fato de o Município (região da Meia Lua, divisa com São Gabriel) ser o divisor de águas de três Bacias Hidrográficas do Rio Grande do Sul: Guaíba, Atlântico Sul e Santa Maria / Uruguai). O Marco Gaúcho das Águas foi construído em 2004 pelo Governo Estadual para simbolizar a união das águas gaúchas.


O clima de Lavras do Sul apresenta temperatura média de 12°C no inverno e 24°C no verão (a média anual é de 18°C). Cerca de 1.200 a 1.500 mm  de chuva são registrados em média todos os anos, segundo o sr. Luiz Fernando Saraiva de Souza, monitor oficial da pluviosidade no município. Podem ocorrer cerca de 15 a 30 geadas durante os meses mais frios. Não há estações meteorológicas oficiais em Lavras do Sul, mas a Rádio Pepita FM informa constantemente os dados de temperatura durante sua programação. O relógio do Banco Sicredi, na Praça das Bandeiras, é outra fonte de informações sobre as temperaturas em tempo real.

Lavras do Sul apresenta um grande potencial turístico. Além dos turistas que possuem familiares na cidade, há uma grande movimentação de pessoas de cidades vizinhas e também de outros locais do Estado e do País, sobretudo nos meses de verão, com o objetivo de acampar no Balneário do Paredão ou de passar o Carnaval e as férias de verão na cidade.

Com relação às altitudes dentro de sua superfície, Lavras do Sul apresenta cotas, na sua metade centro-oriental, com números que variam entre 200 e 460 metros em relação ao nível do mar. A sede do município está situada numa média de 300 metros (277 metros junto às margens do Arroio Camaquã das Lavras, e entre 320 e 380 metros, nos pontos mais elevados, como na Avenida Cacildo Delabary, nos altos da Vila da Olaria e junto ao Sindicato Rural, na saída para São Gabriel). O Distrito do Ibaré tem uma altitude média de 250 metros.

Nos setores norte e sul da porção centro-oriental, há um extenso planalto, com diversos cerros e morros. As maiores elevações encontram-se nessa região.

Em Lavras, podemos notar uma relevante observação geográfica: entre o Ibaré e a Sede existe um divisor natural de águas entre as bacias hidrográficas do Camaquã (integrantes do sistema Sudeste [ou Atlântico]) e do Rio Santa Maria (integrante da bacia do Uruguai, inserida no sistema hidrográfico do Estuário do Prata). Nesta área, com média de 350 metros de altitude, além de belas formações rochosas, bastante antigas e erodidas, podemos encontrar diversas fazendas, utilizadas principalmente para a criação de gado.

Principais acidentes geográficos do interior do Município

  •  Rios e arroios: Santa Maria; Ivaró; Santo Antônio; Espinilho; Mantiqueira; Ibaré; Cambi; Imbicuí; Jaguary [1]; Maricá; Salsal; Salso; Mata-Olho; do Tabuleiro; Taquarembó; Taquarembozinho; Três Passos; das Canas;
  • Camaquã-Chico (2); Maricá (3); América; dos Macedos; do Jacques; do Hilário; da Nazária; Pelado; de São Domingos; dos Tigres; Grande [4]; Camaquã das Lavras.
  • Banhados: dos Correa; do Salso;
  • Cerros (morros): Formoso; do Padre; do Tigre; do Posto; Partido; Branco; Pelado; do Diabo; da Mantiqueira; Rico; do Rodeio; do Sacristão; da Telha;
  • Formações Rochosas: Toca do Eusébio; Toca do Corvo; Rincão do Inferno (6); Quinca Silva;
  • Serras: do Acampamento; do Jaguari; do Ibaré; do Tabuleiro; do Batovi; Acampamento Velho (ou Baberaquá);
  • Passos (5): da Areia; da Cria; da Nicota; da Tuna; da Várzea; das Pedras; de Dona Flora; do Barracão; do Boa Ventura; do Camaquã; do Hilário; do Guterres; do Jaguari; do Jaguarizinho; do Lagoão; do Laurentino; do Marmeleiro; do Salso; do Tira-Ceroulas; do Trindade; Ignácio Bibiano; dos Carros; dos Enforcados; dos Moirões; Palha.
  • Coxilhas: Seca; do Jacques; do Tabuleiro; de São Sebastião; do Maricá; do Astrogildo; do João Caminha; da Talavera; do Fogo; do Barro Vermelho;
  • Lagoas: Formosa; Grande; da Nação; dos Tordilhos; das Três Águas; das Pedras; da Capivara; da Crina; da Meia Lua; da Velha Brita; da Pilheta; Negra; do Jaguari; do Lageado;·        Praias fluviais: do Paredão; do Salsinho (6); da Itaóca (6);
  • Ilha: Banco de areia (Praia do Paredão);
  • Rincões, fazendas e estâncias (7): Bonito; do Jaguary; da Cria; da Cruzinha; dos Barcelos; Encerrados; dos Índios; dos Mota; dos Rocha; dos Saraiva; dos Soares; Continente; do Cabo Ulisses; do Sobrado; Serro Formoso; Estância Velha; Quero-Quero; São Marcos; São Domingos; das Casuarinas; dos Vieiras; Morada da Sexta Felicidade.
  • Sangas: da Caneleira; da Cardoza; da Matilde; do Cemitério; do Engenho (8); do Mata-Fome.
  • Zonas e localidades: São Vicente; São Domingos; Petrarcas; Pontas de Camaquã; Pontas de Lageado; Quatro Estradas; Parada do Saibro; Parada João Cândido; Marmeleiro; Boa Vista; Cerrito; Lagoão I e II; Passo dos Carros; Pontas do Salso; Linhares; Ibaré (9); João Câncio; Três Vendas; Três Estradas; Jaguari I e II; Rincão dos Saraivas; Rincão dos Soares; Tabuleiro; Caleira; Campos dos Maya; Mantiqueira; Cancha do Barro Vermelho; Cardosa; Forquilha de Pedra; Invernada dos Sete Pedaços; Curva do Umbu; Estrada do Espinilho; Ladislau Netto (10); Marco Branco; João Câncio; Marco de Ferro; Meia-Lua; Timbaúva; Tunas; Valos; Várzea Grande; Victor Budó; Vila dos Corvos; Vista Alegre; Volta Grande; Serrito de Ouro; Passo da Pedra; Encerrados; Granja Ivo Balzan; Rincão dos Mota; Subida do Acampamento; Três Passos (11); Fundo (12).
Notas e Referências

(1)  Atualmente é denominado Pirajacá. Em alguns documentos antigos vamos encontrá-lo com denominação de JAGUARIMIRIM, devendo ser esta a mais condizente. (TEIXEIRA, 1992, vol. 2, p. 72).

(2)  Também conhecido como Camaquãzinho (...) (idem).

(3)  Este e os arroios seguintes também podem ser denominados pelo prefixo Camaquã.

(4)  Denominação vulgar do arroio Camaquã-Chico.

(5)  Lugares de altitudes mais baixas do que as dos terrenos que o circundam, por onde se pode atravessar um rio, arroio, valo, cerca etc. (Adaptado de: UOL Busca, acesso em 16/10/2008).

(6)  Propriedades particulares.

(7)  A maioria das toponímias citadas nesta lista são propriedades particulares. Esta relação de locais tem caráter exclusivamente demonstrativo, face às inúmeras fazendas e propriedades existentes em todo o território de Lavras do Sul.

(8)  Também denominada João Moreira.

(9)  Também denominado Segundo Distrito.

(10)               Segundo o autor Otávio F. Correa, em sua obra Dicionário Geográfico do Rio Grande do Sul, é um local com minas de ouro (adaptado de TEIXEIRA, 1992, vol. 2, p.79).

(11)               Nascentes do arroio Camaquãzinho em campos da antiga estância do Brigadeiro Camilo Mércio Pereira. (TEIXEIRA, 1992). Formam uma tríplice divisa: Lavras, Bagé e Dom Pedrito.

(12)               Região extrema do Município, divisa com Dom Pedrito. Anteriormente sem comunicação com aquela cidade, constituía-se num fundo esquecido e sem trânsito nas estradas (TEIXEIRA, 1992). É conhecida também como Tatsch (família estabelecida na região, que realiza uma grande produção de arroz).

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