Distante dos grandes centros urbanos e industriais do Rio Grande do Sul, o município brasileiro de Lavras do Sul, localizado no extremo sul do país, a 320 km via rodoviária (260 km em linha reta) da capital do Estado, Porto Alegre, apresenta peculiaridades em relação a outras regiões gaúchas e uma vasta história de mais de 140 anos (de ocupação das terras locais são mais de 250 anos). Com uma população de 7.157 habitantes (segundo o Censo Demográfico 2022, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE), Lavras do Sul foi emancipada de Caçapava do Sul em 9 de maio de 1882 (Lei Estadual N° 1.364) e tem uma área total de 2.699,8 km², composta por dois Distritos (Sede e Ibaré). Sua densidade demográfica é de 2,95 habitantes por quilômetro quadrado (hab./km²). Aproximadamente 66% da sua população vive na zona urbana, e 34% reside na zona rural. O natural, gentílico ou habitante é lavrense. É atualmente um dos 497 municípios do Rio Grande do Sul, além de ser um dos onze municípios integrantes da Região Turística do Pampa Gaúcho e um dos sete municípios integrantes do Conselho Regional de Desenvolvimento da Região da Campanha (Corede Campanha), além de situar-se na faixa de fronteira com o Uruguai, no Bioma Pampa e na Metade Sul Gaúcha. A base econômica de Lavras do Sul é a agropecuária. Município surgido a partir da lavra (extração do ouro, daí uma das origens do nome do Município, e de outros recursos minerais), também foi ponto estratégico para a criação das Missões Jesuíticas do século XVIII e ponto de confluência dos tratados de limites de formação do território do Rio Grande do Sul entre 1740 e 1770. Outras atividades econômicas importantes de Lavras do Sul são o setor terciário e o turismo, crescente a cada ano, com a presença de visitantes de várias regiões gaúchas e até de fora do Estado. Realiza eventos em todas as semanas do ano, dos mais diversos estilos, setores e tamanhos, para todos os públicos, com a justificativa de movimentação da população local. Entre as maiores festas e eventos do município, estão, em ordem cronológica: Escolha da Corte dos Soberanos do Carnaval, Torneio Interblocos, Carnaval, Outono de Ouro (eventos de agronegócio), Universo Pecuária, série de eventos alusivos ao Aniversário de Emancipação Política (maio, como por exemplo, bailes, rodeios, Feira do Livro, Noite Lavrense de Poesia e Seresta e Dia do Desafio, entre outros), Procissão de Santo Antônio – Padroeiro Municipal –, Festas Juninas, Encontro de Bandas da Escola Dr. Claudio Bulcão, Desfile Cívico de 7 de Setembro, Semana Farroupilha, Semana Farroupilha do Ibaré, OuroDança, ExpoLavras, eventos de Natal das Escolas, Natal Ouro e abertura da Temporada de Veraneio da Praia do Paredão. Tradicionalmente localizada pelas pessoas entre Caçapava do Sul e Bagé, Lavras do Sul é conhecida pela hospitalidade para com os visitantes e pelo povo, embora com algumas desavenças – comuns em qualquer lugar –, pacífico e tranquilo. Vamos cuidar da nossa cidade como cuidamos da nossa família, zelando e preservando por seu patrimônio! #VivaLavrasdoSul

25/10/2025

ARTIGO ESPECIAL: Dados diversos da Região da Campanha/RS


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População

O COREDE Campanha possui, segundo o Censo Demográfico do IBGE de 2022, uma população de 215.447 habitantes - 1,98% da população do Rio Grande do Sul. Bagé tem a maior população da região, com 117.938 habitantes; em segundo lugar, vem Dom Pedrito, com 36.981 habitantes; Aceguá, na fronteira com o Uruguay, tem 4.170 habitantes e é o menos populoso.

Ao todo são sete municípios, sendo que quatro deles possuem menos de vinte mil habitantes (Aceguá, Candiota, Hulha Negra e Lavras do Sul). Lavras do Sul tem mais de 140 anos de história. Já Aceguá, Candiota e Hulha Negra obtiveram emancipações de Bagé durante os anos 1990.

Caçapava do Sul e Dom Pedrito tem mais de 30 mil habitantes. Bagé tem a maior densidade demográfica (28,83 hab/km²) e é considerado centro sub-regional A, segundo o IBGE, exercendo influência sobre Dom Pedrito e Lavras do Sul. Caçapava do Sul, por sua vez, recebe influência de Santa Maria (capital regional C).

Mesmo com um típico ambiente rural, 89,13% da população da Campanha vive nas cidades (é urbanizada). Bagé é o município mais urbanizado (mais de 97% da população na zona urbana).  Aceguá é o menos urbanizado (36,71%).

Entre os censos de 2010 e 2022 do IBGE, a população do Corede Campanha teve um crescimento de -0,03% ao ano. Entre 2000 e 2010, o número de habitantes cresceu 0,04%

Candiota (1,68% de aumento populacional) teve o maior crescimento absoluto entre os municípios da região, ultrapassando os 10 mil habitantes; Bagé teve um crescimento de 0,08% ao ano. Os demais municípios tiveram queda em sua população (exemplos: Lavras do Sul, Aceguá e Dom Pedrito, com as taxas de -0,58%, -0,44% e -0,42% ao ano).  

Idese

Agora, vamos abordar os indicadores sociais, baseados em antes e depois da pandemia de COVID-19, evento de saúde pública que modificou e alterou a rotina da população no mundo inteiro, juntamente com as ferramentas estatísticas de medição do desenvolvimento econômico regional. Atualmente (2025), no Rio Grande do Sul, usa-se o Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (IDESE), que mede o grau de desenvolvimento dos municípios do Rio Grande do Sul. O Índice considera, no total, um conjunto de 12 indicadores, e é o resultado da agregação de três blocos (Educação, Renda e Saúde).

A Secretaria de Planejamento do Estado do RS (2025) aponta que,

Para cada uma das variáveis componentes dos blocos é calculado um Índice, entre 0 (nenhum desenvolvimento) e 1 (desenvolvimento total), que indica a posição relativa para os municípios. São fixados, a partir disto, valores de referência mínimo (0) e máximo (1) de cada variável. O índice final de cada bloco é a média aritmética dos índices dos seus sub-blocos. Ainda, considera-se a classificação do índice em Alto (quando acima de 0,800), Médio (entre 0,500 e 0,799) e Baixo (quando menor que 0,499).

Antes da COVID-19, em 2020, o COREDE Campanha ocupava o 21º lugar na classificação do IDESE entre os 28 COREDEs, em um índice de 0,744, estando abaixo da média do Estado do Rio Grande do Sul, que era de 0,768. Em 2021, o Estado registrava o índice de 0,762. Alguns blocos de IDESE, desde então, apresentam médias inferiores à estadual (em média, 24º lugar). 

IDESE DOS MUNICÍPIOS DA REGIÃO DA CAMPANHA/RS

MUNICÍPIO

IDESE 2021

Aceguá

0,769

Bagé

0,724

Caçapava do Sul

0,711

Candiota

0,789

Dom Pedrito

0,759

Hulha Negra

0,735

Lavras do Sul

0,737

MÉDIA REGIÃO

0,744

Sobre os blocos de IDESE, Candiota se destaca com índice muito alto em renda e educação e Hulha Negra, muito alto em saúde.

Há disparidades e distintos índices em cada um dos sete municípios nos três blocos. É importante a reflexão para a implantação de poíticas públicas nestas áreas, por parte de todos os poderes públicos, valorizando e motivando o desenvolvimento local e regional.

Produto Interno Bruto

Em 2021, o COREDE Campanha registrou um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 11,1 bilhões em valores correntes, ocupando a 16ª posição entre os 28 COREDEs do RS.

Bagé (R$ 3,7 bilhões) e Candiota (2,7 bilhões) se destacam como detentores dos maiores Produtos Internos Brutos (PIB’s) regionais, estando como o  26º e o 42º maior PIB municipal do Estado, respectivamente. Já Hulha Negra apresenta o menor PIB da Região, com R$ 314 milhões.

Empresas

Segundo o IBGE, em 2022, o COREDE Campanha contava com 7.753 empresas registradas. A grande maioria, 7.275 delas (94%), tinha menos de 10 empregados. Mais de 53% das empresas instaladas na região estão em Bagé (4.142 empreendimentos).

 

Valor Adicionado Bruto (VAB)

Região da Campanha/RS: Valor Adicionado Bruto (VAB)
 dos setores econômicos por município (IBGE, 2021, em %)

Município

Agropecuária

Indústria

Comércio e serviços

Administração Pública

Aceguá

62

4,7

22,8

10,4

Bagé

11,8

12,5

52,8

22,8

Caçapava do Sul

24,7

18,8

37,2

19,3

Candiota

4,8

87,6

4,4

3,1

Dom Pedrito

50,8

6,4

31,6

11,1

Hulha Negra

40

23

20,8

16,2

Lavras do Sul

66,3

2,7

18,9

12,1

COREDE

24,5

30,9

30,8

13,8

RS

14,9

24,1

47,5

13,5

A Agropecuária representa a principal atividade econômica em Lavras do Sul, Aceguá, Dom Pedrito e Hulha Negra; a indústria tem o maior valor da produção econômica de setores em Candiota, por conta da presença da Usina Termelétrica. O setor de comércio e serviços tem o maior valor do PIB em Bagé e Caçapava do Sul.

O setor agropecuário é o principal responsável pelo dinamismo econômico na Região.

A Secretaria de Planejamento (2025) mostra que,

A indústria na Região adquire destaque predominante em Candiota, concentrando 88% do valor adicionado no município (...) Em 2023, o setor agrícola no COREDE Campanha teve como principal destaque a soja, responsável por 59,0% do valor total da produção agrícola na Região. Em segundo lugar, aparece o arroz, que respondeu por 32,6% desse valor. O município de Dom Pedrito se destaca como o maior produtor dessas culturas. Na pecuária, os bovinos constituem os maiores rebanhos em todos os municípios do COREDE Campanha, com destaque para Dom Pedrito novamente como maior produtor. Entre os produtos de origem animal, o leite ocupa posição de destaque em termos de valor de produção, sendo Aceguá e Hulha Negra os maiores produtores.

Soja em grãos é o produto agrícola mais cultivado em Lavras do Sul, Caçapava do Sul, Candiota e Hulha Negra. Já Dom Pedrito, Bagé e Aceguá apresentam predominância dividida de produtos cultivados (soja e arroz).

 Enchentes de maio de 2024

O COREDE Campanha foi relativamente pouco impactado pelos desastres naturais e enchente que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024. Apenas um dos 17.774 estabelecimentos de pessoa jurídica registrados na região sofreu impactos das enchentes; ainda, no setor agropecuário, 0,2% dos 9.841 estabelecimentos foram afetados, enquanto apenas 2,5% da área total, que está registrada no Cadastro Ambiental Rural (CAR) apresentaram danos durante o período.

O COREDE não foi muito afetado pela catástrofe e seus municípios emitiram apenas decretos de emergência em razão de inundações, enxurradas e movimentos de massa. Foram 48 pessoas atingidas (0,02% em relação à população total do COREDE), com destaque apenas para Hulha Negra, com 34 pessoas atingidas (0,57% em relação à população total do município) (SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, 2025).

Urbanização

Urbanização e Arborização na Campanha/RS

Município

Área urbanizada (em km², 2019)

Arborização de vias públicas (em %, 2022)

Aceguá

2,5

62,46

Bagé

35,79

79,18

Caçapava do Sul

11,54

65,5

Candiota

4,96

76,62

Dom Pedrito

12,61

89,03

Hulha Negra

1,12

79,48

Lavras do Sul

3,35

79,22

TOTAL

71,87

75,92 (média)

FONTE: IBGE, 2022

 Infraestrutura

Por conta de seu extenso território, o Corede Campanha apresenta núcleos urbanos bastante dispersos e distantes entre si.

Bagé concentra 55% da população total da região. Caçapava e Dom Pedrito são centros de zona A, segundo o IBGE.

O principal sistema de transportes da Campanha é o rodoviário, seguido dos modais ferroviário e aeroviário. Há, na região, a ligação ferroviária entre Cacequi e o Porto de Rio Grande, cruzando os municípios de Lavras do Sul, Dom Pedrito, Bagé, Hulha Negra e Candiota, com o transporte praticamente desativado (em 2025). Em Bagé, existe o Aeroporto Internacional Comandante Gustavo Kraemer, que realiza vôos regionais, para Porto Alegre e para o Uruguai.

A BR-290 e a BR-392 são fundamentais para o transporte de mercadorias e o fluxo de pessoas, e sua modernização pode alavancar o desenvolvimento local (CAMINHOS DO SUL DA AMÉRICA, 2024).

A BR-290 margeia as belas paisagens do Pampa Gaúcho. Em direção a sol, no amanhecer ou no entardecer, pra quem vai ou vem, considerando o início da via, na Freeway na capital Porto Alegre, até o final, na cidade de Uruguaiana, Também denominada Rodovia Osvaldo Aranha é o acesso rodoviário, entre as cidades fronteiriças do Rio Grande do Sul e é a ligação com os países Uruguai e Argentina e o canal de acesso aos demais países do Sul da América (CAMINHOS DO SUL DA AMÉRICA, 2011).

Principais rodovias regionais

·         BR-290 (liga o Litoral Norte Gaúcho à Fronteira com a Argentina, sendo um dos principais acessos de Porto Alegre ao Corede Campanha, passando pela porção norte de Caçapava do Sul);

·         BR-153 (liga a BR-290 à Bagé, passando pelo município de Caçapava do Sul e com ligação à BR-392, para Pelotas e Rio Grande);

·         BR-293 (liga Quaraí e Santana do Livramento a Pelotas, passando por Dom Pedrito, Bagé, Hulha Negra e Candiota);

·         BR-473/BR-153 - continuação (liga Bagé à Aceguá e fronteira com o Uruguay);

·         ERS-357 (liga Caçapava do Sul a Lavras do Sul [em asfalto] e Lavras do Sul à RSC-473 [em chão batido]);

·         RSC-473 (liga São Gabriel a Lavras do Sul, Dom Pedrito [Distrito de Torquato Severo] e Bagé), quase toda sem asfalto em sua extensão;

·         ERS-649 (liga a BR-473/BR-153 ao Distrito de Colônia Nova (Aceguá);

·         ERS-630 (liga São Gabriel a Dom Pedrito, passando pelo interior de Lavras do Sul, praticamente toda a rodovia em estrada de chão);

·         ERS-625 (liga a BR-153, no interior de Caçapava do Sul, ao distrito de Minas do Camaquã, do mesmo município).

Além das vias citadas, há um grande número de vias municipais, por conta do território extenso dos sete municípios integrantes do Corede Campanha.

O Corede Campanha, através da BR-153, é uma ligação importante entre o Rio Grande do Sul e Montevidéu, capital do Uruguay, sendo a Ruta 8 como uma extensão da rodovia brasileira, passando por cidades como Melo, Treinta y Tres e Minas.

No que se refere ao modal aeroviário, o Aeroporto Comandante Gustavo Kraemer, em Bagé, possui uma pista de 1.500 metros de comprimento por 30 metros de largura. Está concedido para a empresa CCR desde 2022 e possui capacidade de 200 mil passageiros por ano. Segundo dados da ANAC, em 2023, teve 127 decolagens, que movimentaram 345 passageiros. Todos os voos eram da empresa Azul Conecta e se direcionaram a Porto Alegre. Também foi o destino de 127 voos que movimentaram 377 passageiros. O Novo PAC, do Governo Federal, prevê investimentos para melhorias no aeroporto (SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, 2025).

Energia

Na região, destacam-se duas Usinas Termelétricas (UTE), cujo combustível é o carvão mineral: Candiota III, com 350.000 kilowatts (kW) de potência outorgada, e Pampa Sul, com 345.000 kW33.

Há linhas de transmissão que ligam a região com Porto Alegre e a Melo, no Uruguay. A estrutura de energia elétrica do Corede Campanha está conectada ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Todos os municípios da região, com exceção de Caçapava do Sul (RG / CPFL), tem como distribuidora de energia a CEEE Equatorial.

O Corede Campanha tem, ainda, potenciais para a instalação de energia solar, biomassa e eólica, com terras propícias para uma geração sustentável e renovável para o futuro da região. A energia dos ventos, por exemplo, tem grandes potenciais para implantação de torres em Dom Pedrito e Lavras do Sul

Telecomunicações

A região apresenta um índice de banda larga de internet, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), com dados de 2024, em 39 acessos para cada 100 habitantes, abaixo da média do Rio Grande do Sul (49,3 para cada 100 habitantes). Hulha Negra tem a menor proporção de usuários na região (16,7 para cada 100 habitantes, por conta da grande proporção de moradores em domicílio rural).

Já na telefonia móvel celular, são 102,8 acessos para cada 100 habitantes. Hulha Negra também teve um índice mais baixo do que os demais municípios integrantes (83,1 acessos por 100 habitantes).

Cada cidade da região tem sites, sendo rádio, portais de notícias, jornais ou ainda as páginas oficiais do seu respectivo Executivo municipal local, que são responsáveis pela divulgação de notícias dos fatos atualizados da região.

Bagé é a cidade da Região com o maior número de rádios (seis no dial e 42 rádios pela Internet). Depois, vem Lavras do Sul (três rádios), Dom Pedrito (duas rádios), Caçapava do Sul (duas rádios), Aceguá, Hulha Negra e Candiota (uma rádio em cada município). A TV digital, desde 2022, vem aumentando seu alcance na região.

Desastres Naturais

Ocorrências de desastres naturais na Região da Campanha/RS (2011 a 2023)

Município

Alagamentos

Chuvas intensas

Enxurradas

Estiagens e secas

Granizo

Inundações

Vendavais e Ciclones

Aceguá

 

2

 

6

1

 

2

Bagé

1

1

4

4

2

 

1

Caçapava do Sul

 

3

1

5

2

 

 

Candiota

 

6

 

6

 

 

 

Dom Pedrito

 

3

1

5

 

4

1

Hulha Negra

1

4

2

6

3

 

1

Lavras do Sul

 

5

 

5

1

 

1

TOTAL

2

24

8

37

9

4

6

 

Educação

Dados educacionais do Corede Campanha

Município

Taxa de escolarização (em %, 2022)

IDEB (anos iniciais, 2023)

IDEB (anos finais, 2023)

Número de Estabelecimentos de EF (2024)

Número de Estabelecimentos de EM (2024)

Aceguá

98,80

6,2

4,6

4

1

Bagé

99,35

5,7

4,6

58

14

Caçapava do Sul

99,62

5,7

4,7

23

6

Candiota

94,81

5,2

3,9

9

3

Dom Pedrito

98,72

5,4

4,1

32

8

Hulha Negra

99,23

5,6

4,6

6

2

Lavras do Sul

98,97

5,6

4,1

7

1

Ambiente

O bioma predominante no Corede Campanha é o Bioma Pampa. Há também ocorrências da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (RBMA), junto às margens dos rios Camaquã e afluentes.

A principal terra indígena da região é a terra Irapuá, comunidade Guarani declarada (222 ha), localizada no município de Caçapava do Sul, próxima ao limite com Cachoeira do Sul.

O COREDE apresenta pouca disponibilidade de recursos hídricos, contando com uma malha hidrográfica superficial formada, na maior parte, por arroios vinculados a seis bacias coletoras. Os contribuintes que formam essas bacias e drenam o território diluem os despejos dos esgotos dos núcleos urbanos e das agroindústrias locais, incluindo frigoríficos, e recebem também contaminantes oriundos das atividades agrícolas e pecuárias, principalmente na forma de resíduos de fertilizantes e agrotóxicos ligados sobretudo ao cultivo de arroz, bem como dejetos originários da criação de animais (SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, 2025).

Candiota possui as maiores jazidas de carvão mineral do Brasil. Estima-se a ocorrência, em seu subsolo, de pelo menos 1 bilhão de toneladas de reservas a serem exploradas, em uma profundidade de até 50 metros.

São seis Bacias Hidrográficas do Rio Grande do Sul presentes no Corede Campanha. A Secretaria do Meio Ambiente do Rio Grande do Sul (2025) mostra que

Candiota está totalmente inserida na Bacia Hidrográfica da Lagoa Mirim e do Canal São Gonçalo (L040), já Aceguá, Bagé e Hulha Negra apresentam, respectivamente, 56%, 1% e 50% da sua área inserida na L040. Cinco municípios estão parcialmente inseridos na Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã (L030): Bagé (51%), Caçapava do Sul (29%), Dom Pedrito (6%), Hulha Negra (13%) e Lavras do Sul (53%). Três municípios estão parcialmente inseridos na Bacia Hidrográfica do Rio Negro (U080): Aceguá (44%), Bagé (48%) e Hulha Negra (38%). Dom Pedrito (94%) e Lavras do Sul (47%) apresentam, respectivamente, 94% e 47% da sua área inserida na Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria (U070). Por fim, Caçapava do Sul apresenta 30% a sua área na Bacia Hidrográfica dos Rios Vacacaí – Vacacaí Mirim (G060) e 41% na Bacia Hidrográfica do Baixo Jacuí (G070).

Principais cursos d’água da Região da Campanha

·         Rio Camaquã: nasce entre Lavras do Sul, Bagé e Dom Pedrito e, mais de 400 km depois, desemboca na Laguna dos Patos, na região de Camaquã e Cristal, no sul gaúcho;

·         Rio Santa Maria: nasce em Dom Pedrito, fazendo as divisas naturais com Lavras do Sul, Rosário do Sul e São Gabriel;

·         Rio Jaguarão: nasce entre Hulha Negra e Candiota e desemboca na Lagoa

·         Mirim (fronteira com o Uruguay);

·         Rio Negro: nasce em Bagé e percorre grande parte do Uruguay, até desembocar no Rio Uruguai, na cidade uruguaia de Fray Bentos, junto à fronteira com a Argentina;

·         Arroio Santa Bárbara: importante curso d’água de Caçapava do Sul;

·         Arroio Taquarembó: localizado entre Dom Pedrito e Lavras do Sul;

·         Arroios das Palmas, do Tigre e Quebracho: território de Bagé.

Entre 2011 e 2023, 37 episódios de seca e estiagem foram registrados no Corede Campanha. Problema iminente no Brasil e no Mundo, é necessário o despertar do poder público e comunidades para a contenção de possíveis conflitos relacionados à escassez de água.

O abastecimento de água é realizado pela Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), em quatro municípios (Aceguá, Caçapava do Sul, Dom Pedrito e Lavras do Sul); em Bagé é realizado pelo Departamento de Água e Esgotos de Bagé (DAEB); e, em Candiota e Hulha Negra, pela Prefeitura Municipal.

O Corede Campanha apresenta um índice de atendimento total de água, via rede geral de distribuição e forma canalizada, de 89,90%, superior às médias estadual e nacional.

Dados sobre saneamento básico, água e coleta de lixo no Corede Campanha (IBGE, 2022)

Município

Abastecimento total de água (em %)

Domicílios com banheiro ligado à rede geral ou pluvial (em %)

Índice de atendimento da rede de esgoto (em %)

Taxa de coleta de lixo (em %)

Aceguá

37,27

13,89

12,9

82,4

Bagé

96,7

85,08

57,09

97,9

Caçapava do Sul

79,57

55,11

46,18

88,43

Candiota

83,78

73,39

58,51

84,12

Dom Pedrito

91,22

87,76

36,14

92,42

Hulha Negra

61,63

40,27

7,01

70,08

Lavras do Sul

81,46

56,63

53,64

86,61

TOTAL

89,9

76,65

49,56

93,4

Também, sobre o abastecimento de água e estrutura da região,

[...] no novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), seis sedes estão sendo contempladas com obras relacionadas ao acesso à água. Em Bagé, está em ação preparatória pelo município a construção de quatro reservatórios metálicos para abastecimento de água dos bairros Ivo Ferronato, e região, São Domingos, Floresta e Tiaraju. Além disso, também em Bagé, estão em execução pelo município as obras relacionadas à barragem Arvorezinha. Em Aceguá, Candiota e Hulha Negra está em execução em nível federal a implementação de tecnologias sociais de acesso à água na modalidade cisternas. Em Dom Pedrito, estão em licitação (ou leilão) pelo Estado as obras relacionadas à barragem arroio Taquarembó. Por fim, em Lavras do Sul estão em execução pelo Estado as obras relacionadas à barragem arroio Jaguari. (SECRETARIA DE PLANEJAMENTO, 2025).

POTENCIALIDADES E QUESTÕES QUE MERECEM ATENÇÃO

De acordo com a Secretaria de Planejamento do Governo do Rio Grande do Sul, com dados de 2025, apresentam-se a seguir algumas questões promissoras para o desenvolvimento do Corede Campanha, bem como problemas que merecem uma atenção e mobilização especiais para sua resolução, dando origem a uma melhoria na qualidade de vida dos mais de 200 mil moradores dos sete municípios integrantes.

Por exemplo:

a)    Reativação de terminais ferroviários, especialmente em Bagé, que podem ajudar no escoamento das safras de grãos para o Porto de Rio Grande, através da ferrovia oriunda de Cacequi;

b)    Instalação de empreendimentos de energia limpa, eólica, biomassa, solar, e outros;

c)    Grande índice de abastecimento de água dos municípios integrantes, proporcionando melhor distribuição;

d)    Valorização de comunidades indígenas e quilombolas;

e)    Melhora significativa em indicadores de saneamento básico;

f)     Produção de azeites de oliva e vinhos ganhando cada vez mais destaque (desde 2009, a região apresenta plantações de oliveira, com produtos de alta qualidade reconhecidos e bastante premiados no Exterior, assim como a cena vitivinícola da região);

g)    Aumento gradual dos visitantes e da estrutura turística;

h)   Instalação de cisternas e poços, barragens (como a da Arvorezinha, em Bagé, a Taquarembó, em Dom Pedrito, e a Jaguari, em Lavras do Sul), melhorando o abastecimento de água e a irrigação;

Todavia, é importante a reflexão dos cidadãos e poder público para os seguintes desafios regionais:

a)    Melhoria (urgente) das condições de rodovias (em especial, a RSC-473 e a ERS-630). Poderiam, o seu asfaltamento, consolidaria uma mudança de patamar para o desenvolvimento regional da Campanha;

b)    Qualificação profissional e educacional nos municípios integrantes, sobretudo nos de menor porte, para que os estudantes não precisem sair de suas cidades para buscar e agregar conhecimento local, sem a chamada “fuga de cérebros”;

c)    Incentivos para produção local de bens e mercadorias e comercialização mais constante em estabelecimentos comerciais de produtos da própria cidade ou região. Muitas vezes, produtos de outras regiões gaúchas ou estados brasileiros acabam ”roubando a cena” nas prateleiras dos supermercados;

d)    Oscilações climáticas, que causam perdas nas lavouras e no campo, necessitando-se de insumos, o que muitas vezes prejudica a produtividade, a renda e a safra de soja (em especial), além de arroz, milho, pecuária etc.;

e)    Há uma grande disparidade econômica entre os sete municípios da região;

f)     Problemas de energia (o possível desligamento da Usina Termelétrica Candiota III) e o insuficiente acesso da população às redes de telefonia e Internet (pode causar isolamento de alguns municípios);

g)    Queda no crescimento populacional (-0,03% entre 2010 e 2022, segundo o IBGE) e baixa renda (em alguns municípios, abaixo de o indicador encontra-se abaixo de 0,600);

h)   Indicadores baixos em saúde e escolaridade adulta, sendo necessários investimentos e políticas públicas;

i)     Falta de coleta seletiva de resíduos sólidos (seria necessário, para reciclagem e melhoria das condições de limpeza urbana dos municípios da Campanha);

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